sábado, 26 de fevereiro de 2011

Companhia


Minhas mãos falam por mim
Afagam, saciam, ferem.
Idolatro o poder dos meus dedos
Cada um deles
Brindo a evolução
Por conceder-me polegares
Opositores
Pintores
Atores
Dedos doces
Dossiê de informações
Trabalho manual de peso
Esse de parir palavras pelos dedos
Junção de unhas e dentes
Para externar o desejo
Para enrolar nos dedos
Os segredos dos cabelos
Para segurar com força
Outras mãos que sentem medo
Sentir a pele
O pêlo
E o elo que o tato constrói
Em noites frias
Em quentes leitos
Minhas mãos sobrevivem
A todos os ensejos
Benditas mãos
Por amarem o mundo
Suportarem o toque
Oferecerem o pão
E principalmente
Por dar-me auxílio
Em conjunto com o destino
Trazendo em cada palma
As linhas que me cedem
A direção.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Batalha sangrenta
Fecha-se um vício
Abre-se um ciclo.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Ignis



Meu querido
Tão doce, tão casto
Não corra, não fuja
Não vejo razão.
Fique e observe
Aprenda, tente, ouse
Caia, levante, eu seguro
Te tiro do chão.
Tenha calma, não se apresse
Não me impeça
Não idealize, não sonhe
Não pense, não peça
Me dá a mão.
Deixa eu te levar
Eu te guio
Te protejo
Te divido, somo, multiplico
Brinco contigo
Não te esqueço.
Fique até criar suas asas
Dance até sentir cansaço
Curta até perder a cor
Eu te prometo, não dói nada
Invada essa casa vazia
Se encha de amor

Paixão

Poesia.